segunda-feira, 8 de junho de 2015

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta chega a 700 mil hectares em Mato Grosso

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta chega a 700 mil hectares em Mato Grosso

Em 2004, utilização do sistema no estado era de apenas 10 mil hectares

7 de Junho de 2015 às 17:10
Oservatório ABC
Atualizado em: 8 de Junho de 2015 às 08:31, por Mauro Garcia.

O sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) apresenta evolução em Mato Grosso. O que, em 2004, chegava a apenas 10 mil hectares de integração em todo o estado, saltou para 700 mil hectares, em 2015, "uma evolução considerável", segundo Flávio Jesus Wruck, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão.

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De acordo com o pesquisador, recursos do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) favoreceram o crescimento, mas ainda não são suficientes.

– A iLPF ganhou muito mais visibilidade, atraindo a mídia e o apoio de grandes instituições –, avalia Wruck. Os benefícios do sistema são muitos, segundo a Embrapa. Entre eles está a melhoria dos atributos do solo devido ao aumento da matéria orgânica e a redução da pressão para abertura de novas áreas.

No entanto, há vários desafios em convencer produtores pelo uso dos sistemas e um dos principais entraves ainda é a falta de crédito rural.

– O Programa ABC resolve parte desse desafio, mas ele ainda é difícil de obter por ser uma linha muito burocrática.

Segundo Wruck, com essas dificuldades, muitos produtores acabam atraídos pelo FCO, fundo que financia agricultura com custos semelhantes e mais facilidades na obtenção.

Mato Grosso é considerado uma das principais fronteiras agrícolas do país e sofre com a crescente pressão ambiental. Nos últimos anos, muitos produtores migraram da pecuária para a agricultura na região. Segundo a Embrapa, o governo federal assumiu compromissos em relação ao aumento da área de sistemas iLPF no país em 4 milhões de hectares até 2020.

Quebra de paradigma

Para o pesquisador da Embrapa, é necessário tirar os produtores de sua zona de conforto e, para isso, o maior desafio será uma quebra de paradigma.

– Não é fácil convencer um pecuarista tradicional a investir tanto dinheiro em um novo sistema que envolva lavoura. Assim como não é fácil convencer o agricultor a utilizar pecuária em sua propriedade, quanto mais a plantar árvores.

O uso de sistemas integrados exige que o produtor esteja preparado para produzir durante o ano inteiro. De acordo com Wruck, falta também assistência técnica especializada em iLPF.

– Não é qualquer consultor que pode elaborar um projeto de sistemas integrados. Somado a isso, há também um problema comercial ligado à iLPF pela falta de produtos específicos para essa tecnologia, como material para forrageira. “São entraves que estão sendo vencidos aos poucos, tudo é um processo – completa Wruck. 

Projeto Urte

Wruck está à frente do Projeto Unidade de Referência Tecnológica e Econômica (Urte), uma parceria da Embrapa com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em Sinop. A pesquisa tem como objeto estudo propriedades com sistemas integrados de produção, situadas em Mato Grosso.

– Temos 11 unidades no estado, onde validamos os sistemas integrados e realizamos a transferência de tecnologia. Acompanhamos essas fazendas e as usamos como vitrines tecnológicas para dias de campo.  O projeto propõe uma avaliação econômica das unidades, mas ainda está no início. A previsão é de que esteja pronto no final de 2016.




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