terça-feira, 9 de junho de 2015

BOMBA HSBC FECHARÁ AS PORTAS NO BRASIL

HSBC anuncia que irá vender e encerrar atividades no Brasil e Turquia

Banco deve cortar 50 mil empregos nos dois países. Decisão é parte de reestruturação para investir na Ásia.

09/06/2015 04h48 - Atualizado em 09/06/2015 08h20
Do G1, Mauro Garcia.

O banco britânico HSBC anunciou nesta terça-feira (9) que vai vender e encerrar suas atividades no Brasil e também na Turquia até 31 de dezembro de 2016. Uma "participação modesta" será mantida no Brasil para atender grandes clientes corporativos.

As mudanças são parte de um plano de reestruturação para economizar entre US$ 4,5 bilhões e US$ 5 bilhões até 2017. O objetivo do banco é concentrar a atuação na Ásia, principalmente na China e na Índia.

A instituição financeira ainda deve reduzir seu quadro de funcionários em 50 mil empregos.

O HSBC prevê eliminar quase 10% do número de funcionários, entre 22 mil e 25 mil empregos, segundo um plano divulgado em seu site. Além deste número, outros 25 mil postos de trabalho devem ser suprimidos com a venda de suas atividades no Brasil e na Turquia – esses funcionários deixam os quadros do HSBC, no entanto, não serão necessariamente demitidos, já que passarão a fazer parte dos quadros das instituições compradoras.
No Brasil, o banco britânico tem mais de 21 mil  funcionários, segundo a agência France Presse.

Entre 2011 e 2014, o banco já havia cortado 40 mil postos de trabalho, para reduzir os custos e para concentrar o grupo nas atividades consideradas estratégicas.

“Reconhecemos que o mundo mudou e precisamos mudar com ele”, disse o CEO Stuart Gulliver.

Mudanças

O banco informou que o objetivo das mudanças é acelerar seus investimentos na Ásia, "capturando as esperadas oportunidades da riqueza emergente na região".

"O mundo está cada vez mais conectado, e a Ásia deverá mostrar alto crescimento e se tornar o centro do comércio global ao longo da próxima década. Estou confiante que nossas ações nos permitirão capturar as oportunidades futuras de crescimento e entregar mais valor aos acionistas", afirmou Gulliver.

O HSBC estuda ainda a possibilidade de transferir sua sede de Londres para a Ásia – o que deve acontecer até o final deste ano – e busca melhorar suas operações no México e nos Estados Unidos.

Em maio, o principal executivo do banco espanhol Santander no Brasil, Jesús Zabala, declarou que estudaria a possibilidade de adquirir a atividade brasileira do HSBC.

No Brasil, o HSBC tem 853 agências em 531 municípios, 452 postos de atendimento bancários, 669 postos de atendimento eletrônico e 1.809 ambientes de autoatendimento, com 4.728 caixas automáticos. O HSBC Bank Brasil faz parte do Grupo HSBC, corporação internacional sediada em Londres e presente em 73 países e territórios.

Escândalo

O HSBC esteve no centro do escândalo de fraude fiscal conhecido como "SwissLeaks" – uma investigação sobre lavagem de dinheiro e sonegação de impostos na Suíça.

Na semana passada, o banco concordou em pagar 40 milhões de francos suíços (cerca de US$ 43 milhões) em acordo com o Ministério Público da Suíça para encerrar as investigações.

Os dados do SwissLeaks foram vazados por um funcionário do banco e são analisados por um grupo de jornalistas do mundo inteiro, chamado de Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Desde fevereiro, o consórcio começou a divulgar as informações segundo as quais o HSBC teria ajudado clientes a esconder bilhões de dólares no país europeu entre 2006 e 2007.

De acordo com o jornal francês "Le Monde", que iniciou a investigação sobre o caso, cerca de 180,6 milhões de euros pertencentes a mais de 100 mil clientes e 20 mil pessoas jurídicas transitaram entre novembro de 2006 e março de 2007 por contas bancárias na Suíça, escondidos atrás de sociedades offshore.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta chega a 700 mil hectares em Mato Grosso

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta chega a 700 mil hectares em Mato Grosso

Em 2004, utilização do sistema no estado era de apenas 10 mil hectares

7 de Junho de 2015 às 17:10
Oservatório ABC
Atualizado em: 8 de Junho de 2015 às 08:31, por Mauro Garcia.

O sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) apresenta evolução em Mato Grosso. O que, em 2004, chegava a apenas 10 mil hectares de integração em todo o estado, saltou para 700 mil hectares, em 2015, "uma evolução considerável", segundo Flávio Jesus Wruck, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão.

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De acordo com o pesquisador, recursos do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) favoreceram o crescimento, mas ainda não são suficientes.

– A iLPF ganhou muito mais visibilidade, atraindo a mídia e o apoio de grandes instituições –, avalia Wruck. Os benefícios do sistema são muitos, segundo a Embrapa. Entre eles está a melhoria dos atributos do solo devido ao aumento da matéria orgânica e a redução da pressão para abertura de novas áreas.

No entanto, há vários desafios em convencer produtores pelo uso dos sistemas e um dos principais entraves ainda é a falta de crédito rural.

– O Programa ABC resolve parte desse desafio, mas ele ainda é difícil de obter por ser uma linha muito burocrática.

Segundo Wruck, com essas dificuldades, muitos produtores acabam atraídos pelo FCO, fundo que financia agricultura com custos semelhantes e mais facilidades na obtenção.

Mato Grosso é considerado uma das principais fronteiras agrícolas do país e sofre com a crescente pressão ambiental. Nos últimos anos, muitos produtores migraram da pecuária para a agricultura na região. Segundo a Embrapa, o governo federal assumiu compromissos em relação ao aumento da área de sistemas iLPF no país em 4 milhões de hectares até 2020.

Quebra de paradigma

Para o pesquisador da Embrapa, é necessário tirar os produtores de sua zona de conforto e, para isso, o maior desafio será uma quebra de paradigma.

– Não é fácil convencer um pecuarista tradicional a investir tanto dinheiro em um novo sistema que envolva lavoura. Assim como não é fácil convencer o agricultor a utilizar pecuária em sua propriedade, quanto mais a plantar árvores.

O uso de sistemas integrados exige que o produtor esteja preparado para produzir durante o ano inteiro. De acordo com Wruck, falta também assistência técnica especializada em iLPF.

– Não é qualquer consultor que pode elaborar um projeto de sistemas integrados. Somado a isso, há também um problema comercial ligado à iLPF pela falta de produtos específicos para essa tecnologia, como material para forrageira. “São entraves que estão sendo vencidos aos poucos, tudo é um processo – completa Wruck. 

Projeto Urte

Wruck está à frente do Projeto Unidade de Referência Tecnológica e Econômica (Urte), uma parceria da Embrapa com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em Sinop. A pesquisa tem como objeto estudo propriedades com sistemas integrados de produção, situadas em Mato Grosso.

– Temos 11 unidades no estado, onde validamos os sistemas integrados e realizamos a transferência de tecnologia. Acompanhamos essas fazendas e as usamos como vitrines tecnológicas para dias de campo.  O projeto propõe uma avaliação econômica das unidades, mas ainda está no início. A previsão é de que esteja pronto no final de 2016.




domingo, 7 de junho de 2015

Colheita do café arábica começa no sul de MG com um mês de atraso

Colheita do café arábica começa no sul de MG com um mês de atraso

Adiamento é reflexo da falta de chuva no ano passado. Seca atrasou a maturação dos grãos.

07/06/2015 08h35 - Atualizado em 07/06/2015 08h35

Por Ernane Fiuza
Do Globo Rural


Os produtores de café do sul de Minas Gerais estão colhendo a safra com um certo atraso. É o reflexo da falta de chuva no ano passado. O movimento dos apanhadores pelas ruas, antes mesmo do sol nascer, anuncia: é a colheita do café que está começando. Um pouco atrasada, por causa da falta de chuva nas primeiras floradas, mas a tempo de deixar os produtores animados com a possibilidade de recuperação.
Em uma propriedade em Três Pontas, no sul de Minas Gerais, a safra de 2014 foi 50% menor que nos anos anteriores, e rendeu apenas seis mil sacas. Mas para este ano a produtora Carmem Lucia de Brito está otimista. “A gente está esperando em torno de nove mil sacas, o que na verdade poderia ser até entre 10, 11 mil sacas.”
Só o sul de Minas Gerais, região responsável pela maior produção da variedade arábica do país, deve colher pouco mais de 10,4 milhões de sacas, um pouco abaixo do ano passado, por causa da seca de 2014.
Mas neste ano a qualidade do café está melhor, os grãos estão mais cheios, graças ao volume de chuva que se normalizou depois de fevereiro.  “Essas chuvas que aconteceram com maior frequência foram excelentes para a recuperação dos cafezais, que estavam muito debilitados”, explica o agrônomo da fundação PROCAFÉ André Garcia.





Só que essa chuva, tão aguardada pelos produtores, agora representa também preocupação. É que no início da colheita, o excesso de umidade nos grãos pode levar à formação de fungos, o que influencia diretamente na qualidade da bebida.
O cafeicultor Ricardo Moura sabe disso. Na lavoura dele, em Três Corações, também no sul do estado, a expectativa é que a produção aumente das 2.400 sacas do ano passado, para até 3 mil agora. A colheita nos 90 hectares deve levar pelo menos três meses, período em que ele vai torcer por uma ajudinha do clima. “A gente espera que a chuva não pare, mas que dê uma trégua para que a gente consiga colher os frutos e para que ele tenha uma boa qualidade.”